príncipe encantado

sempre acho que vai ser igual, tão bom quanto sempre foi, mas você vem com surpresas; brinca com meus desejos e sabe melhor que eu o que quero, o quanto demorar no esfregar de dedos, com que doçura esfregar seus lábios nos meus. seus olhos me procuram no escuro e encontram minha boca entreaberta, a buceta pronta, meu cheiro inundando o quarto todo. você sempre vem na hora certa, quando eu já não suporto mais esperar, quando meu corpo se retesa ao menor toque dos deus dedos leves. sua língua adivinha meu ritmo e você não tem pressa alguma, pois sabe que eu gozo infinitas vezes na sua boca e quando canso, tudo o que quero é o seu pau todo, pra gozar ainda mais entregue, quase morta e pedindo mais e mais fundo. você sorri tão cafajeste enquanto me come no seu ritmo firme, segurando meus cabelos e sabendo exatamente quando vou gozar de novo... você me conduz como um domador, um cavaleiro, montando em mim com paciência, pelo prazer de me ver exausta, resistindo à sua força e me entregando um pouco a cada minuto, morrendo aos poucos em gemidos e gritos que você silencia com tapas firmes (quieta, putinha). desfaleço como sempre e me acalmo aos poucos, vendo você sorrir de triunfo.

submersa

sopra sonhos e teias nos meus ouvidos, no escuro da madrugada. diz que vai mas volta, que sou sua e de mais ninguém enquanto seu pau diz outras coisas tantas e noutra língua. ele diz que eu me cale, que eu escute mas não ouse falar, que eu relembre a sensação marítima de umidade e abafamento dos primeiros meses de vida, o prazer da pele esticada na boca, a falta de palavras e o mar de sensações. lembro um peito oferecido à minha boca aberta enquanto você me come sorrindo, observando cada suspiro e arrepio, minha boca calada por um mamilo doce e a sua calada por outra boca. minhas mãos procuram bundas lisas, pernas abertas e aquele cheiro morno de tardes de preguiça. salivo e mordo como um bebê, quero gozar afogada em pele, suor e saliva.

cobiça

lembro dos pés descalços dela, dedos delicados. as batatas da perna brancas como leite, e tão carnudas, meus olhos não desgrudavam. não eram minhas mãos na pele dela, eu só observava. dedos firmes, o corpo dela abandonado à carícia inocente, mas tão íntima que meus pêlos arrepiavam, por ela. deitada de costas, ela não me vê observando seu corpo todo. livre para vasculhar, vejo a curva bonita da bunda, o vale das costas, os braços soltos, as unhas compridas, cabelos espalhados. ela vira, preguiçosa, e pela camisa um pouco aberta, vejo sua barriga branca, a calça baixa. não consigo deixar de imaginar o que mais veria ali, depois do zíper, como é doce a ponta do nariz escorregando pelo umbigo, os lábios de leve nos pelinhos da barriga... minha curiosidade quase coça e desvio o olhar. fecho os olhos e brinco que posso sentir o cheiro dela, quente, através da calça jeans.

viagem

de vez em quando me perco no meio das minhas pernas cruzadas, onde pulsa algo mais forte que a realidade do dia a dia. quero mãos e bocas no meu corpo, vozes que mandem, quero o silêncio da minha boca até que não seja mais possível, e a escuridão, a surpresa. fecho os olhos atecipando o que virá, para que tudo o mais se expanda. concentração no escuro, mergulhada no mar profundo, o cheiro de sal. a boca na minha boca, mãos nos meus cabelos, dedos, línguas no meu sexo, meus peitos querendo ser tocados. eu sonho, sonho acordada e dormindo, com bocas de menina e mãos de homens. com línguas de animais, com violência de bárbaros, com estupro e terra, todos os meus espaços sendo preenchidos. sonho com vendas e saltos, com batom e máscaras, com saias sem calcinha no metrô e homens suados se esfregando no meu corpo. sonho com meninas ansiosas e louras, de calcinhas cor-de-rosa e peitos recém aparecidos, cheirando a banho e chiclete. imagino senhores respeitáveis que apreciam bucetas como quem toma uma taça de conhaque, narinas abertas, antecipando o sabor. me deixo tocar por meninos tão jovens que gozam com seus paus virgens ao mero contato dos seus dedos ansiosos com uma buceta melada, por dentro da calça, num canto escondido. beijo a boca de travestis com gosto de maquiagem, os peitos falsos empurrando os meus, os paus verdadeiros escapando das calcinhas mínimas. trêmula, sentada na poltrona incômoda de um avião, abro os olhos, até então fechados para ver melhor meus desejos. procuro um livro, uma blusa, desesperada. abro rapidamente o zíper, gostando da idéia que o rapaz à distância de uma poltrona perceba o que faço, e gozo, em poucos segundos. não emito um som, mas sei que ele sabe. gozo mais.

mãe

nas horas perdidas da noite, sonho com seu filho nos meus braços. sonho em alimentá-lo com meus seios, dar a ele colo e comida. ele ficaria nos meus braços, macio, sua boca sugando meus seios com força. e eu, perdida no prazer de dar-me a ele, sequer perceberia seu olhar faminto, sua sede. minhas pernas abertas convidariam você, meu sorriso de abandono seria um desafio. ele seu filho, mamaria tranqüilo no meu peito enquanto você avança pelas minhas pernas, fazendo sinal de silêncio – você não quer perturbá-lo. suas mãos tirariam minha calcinha e seus lábios beijariam minhas pernas, a parte interna das minhas coxas. silencio meu desejo, mantenho-me firme e me abro mais. você avança doce, sedento de mim, e me chupa como quem se alimenta, brincando de imitação: você e seu filho mamando em mim, furiosamente. me entrego ao prazer misturado das duas gerações, sou mãe e mulher, filha, menina, me derramando em alimento pelo meu menino, gozando silenciosamente para o meu homem. dos meus mamilos sensíveis escorre leite, e seu menino continua mamando, ainda mais feliz.

menina do lado :)

nos sonhos te toco sem medo e descubro sua pele, seu cheiro, suas cores escondidas. eu ouso. te vejo além dos dias cinzas e das frases sérias da rotina, adivinho sua boca furiosa e seu sabor, despenteio seus cabelos como quem arruma a cama; penso ouvir você murmurar meu nome dizendo "não" e querendo dizer sim, quase posso sentir meu desejo escorrer e ocupar lugar, desfruto do calor de cada pequena carícia planejada tornando-se verdade. sua boca doce é minha, seus lábios, sua língua, a umidade da sua nuca, ah, suas costas macias e sua bunda. minhas mãos a conhecem, menina, eu já percorri você inúmeras vezes nos meus devaneios. quase posso sentir sua boca me explorando sem rumo, sem destino, enquanto eu me perco na queda, na realização dos desejos que não têm nome. te vejo passar, perto, seus ombros, suas pernas e braços, fecho os olhos e guardo imagens para os sonhos, bem mais tarde. acordo sempre em desespero, me procurando com as mãos, ansiosa e sonolenta. me desmancho por você por noites a fio, gozando por você, nas minhas mãos.

noite de lua

era fim de noite, meu desejo era quase dor. ele sabia, mas nunca teve pressa, bebia mais uma cerveja e se esfregava em mim, furtivo, enquanto falava com os amigos. de pernas bambas, mal podia acompanhar eventos, eu já delirava nos meus pensamentos, sorrindo como boba, sem nada ouvir. ele me olhava com aquele jeito de saber tudo o que eu penso e quis ir embora – fomos. entrei no seu carro e ele me disse "tira a roupa. toda." e eu sequer pensei: tirei peça a peça enquanto ele dirigia, sem pressa, pelas ruas largas da cidade. ele observava quase sem interesse, como quem confere uma ordem dada, as peças sendo abandonadas. a cada peça que eu tirava, maior era o tesão: a calça, a blusa, a calcinha. deixei as sandálias, vermelhas, de salto alto. ele aprovou o resultado e se divertia passando por ruas mais iluminadas, meu corpo nu roçando o tecido do carro, o vento da madrugada e os olhos dele em mim. ele me tocou, muito levemente, e eu abri as pernas quase com alívio – mal suportava o tesão, a vontade de ser tocada, de gozar em movimento enquanto ele me olhava. ele me lançou um olhar de ordem silenciosa e eu comecei a me tocar, lentamente, com as pernas muito abertas. me esticava no banco, trêmula, gozei em poucos minutos gemendo como louca, eu queria que ele ouvisse cada gota do meu gozo. ele tocou minha buceta molhada, conferindo o resultado: sorriu. em pouco tempo chegamos a uma estrada sinuosa, era noite de lua, muito clara. a estrada era completamente vazia, sem iluminação, mas a luz da noite era tão clara quanto holofotes, não era preciso mais nada. ele me mandou descer do carro, nua, e saiu. apoiou-se de pé atrás do carro e novamente não disse nada – e nem era preciso; agachei no meio da pista vazia e o chupei gostosamente, exposta, vulnerável e nua, sentindo a brisa da noite secando minha buceta molhada e aberta. com o pau muito duro, ele me agarrou pelos cabelos, me fez virar e abaixar até que minhas mãos quase tocassem o chão e me fodeu com vontade, como se eu fosse uma égua ou uma cadela, metendo até o fundo e me fazendo gozar até quase desfalecer. pedi que parasse e voltei a chupá-lo, eu desejava aquele pau gozando na minha boca, agachada, no meio da estrada. quanto mais eu tinha medo de ser vista, maior era o meu tesão. ele gozou na minha boca, no meu rosto, caíam gotas nos meus peitos, eu podia ver a umidade no meu corpo com a luz da noite. e ele então me levou para casa, ainda nua, e ao chegar no quarto me colocou na cama, desejou boa noite e me chupou docemente até que eu gozasse a ponto de desmaio. eu dormi como uma criança, em meio a sonhos de caricias úmidas.

no escuro

espero no escuro perceber sua presença, apuro meus sentidos e escuto seu respirar, procuro seu cheiro de homem e, como cobra, uso minha língua como radar. sei que você está aí, em algum lugar, eu sinto. sei que você anda e me observa, amarrada e cega, que se deleita com minha impotência, que sente ainda mais tesão em saber que não posso vê-lo e não posso reagir. traz seu pau até a minha boca, por favor, mais, e não vai embora dessa vez. coloca suas mãos nos meus mamilos desesperados, esfrega suas pernas peludas na minha bunda, fala no meu ouvido que vai me bater; me bate. agarra os meus cabelos com suas mãos firmes, bate no meu rosto porque eu mereço cada tapa seu, acaricia meus lábios, diz que eu sou sua menina. molha seu pau de novo na minha boca e só ameaça me foder. ah, e quando eu esticar meu corpo e procurar seu pau todo, se afaste, eu quero chegar ao limite do querer, quero chorar implorando seu corpo, sua boca, seu pau e suas mãos, quero ser completamente sua, dependente e entregue, para que no último instante você me resgate, me envolva e me faça inteira novamente.

sua

vem de leve, até o fundo, devagar, sua atenção é o meu rumo, eu grito e falo, acaricio ou mordo, eu faço tudo por você. eu gozo quando você manda, eu me viro e olho, eu silencio e esqueço. eu gozo de novo e quantas vezes você quer, porque sou sua completamente, meu corpo não me pertence, é seu. brinque com ele, mude o ritmo, diga que não e que sim, sorria e brigue comigo, diga que me ama ou só me beije como se nada mais houvesse e meu desejo cresce em espirais, eu gozo pra você e com você, por todo o tempo que houver.

corrente

morda e use a ponta, a delicadíssima ponta da língua, provoque meus rosas e beba cada gota como se fosse a última; me segura forte e mostra que você sabe bem como cuidar de mim. pare na hora exata e me deixe ver que parou porque quis, porque é você que conduz esse barco e me leve mais longe com seus ventos e tempestades.

desencontros

eu andava, fingindo distração, mas meu corpo me traía; sentia seus olhos em mim e algo me invadia, mal podia conter os suspiros. as roupas pareciam demais, eu desejava correr pelo saguão silencioso e frio e procurar aquela réstia de sol e me expor nua aos seus olhos, exibir dourados e rosas e cremes, sentir seus olhos, como sempre, acariciando minhas curvas e cantos escondidos. não que suas mãos e sua língua fossem demais, é que seus olhos oblíquos me faziam dançar por dentro e desejar me tocar como retraçando seus caminhos. continuava andando, como era esperado, mas ajustava meus passos para reencontrar você, docemente úmida. você sempre sabe o que vem de mim e como quem não percebe, roça meu braço e meu peito; sua surpresa é quase legítima, não fosse o sorriso nos olhos e as mãos quase tocando seu próprio pau. enlouqueço no espaço de segundos e imagino seu corpo suado e o meu, de novo, o calor e suas mãos me invadindo, noites inteiras de gozo e culpa. meu cheiro agora é tão forte que tenho certeza que quando passo, outros homens me olham sem saber bem porquê. procuro você com meu corpo, meus olhos e minhas mãos esvoaçantes, toco seus braços peludos, seus dedos, suas costas enormes, sempre como quem passa sem notar, me alimento do prazer destes segundos roubados. mais tarde, no enorme banheiro cheio de ecos, disfarço meus gemidos de gozo reprimido e imagino seus olhos adivinhando meu doce desespero e sorrindo.

à espera

você me provocou a noite toda, olhando meus peitos e minhas pernas sem disfarce, como quem bebe coca-cola gelada, saboreando cada gota com lábios famintos. minha surpresa deu lugar a um desejo de mostrar cada centímetro e me abrir pra você. mostrei coxas, vislumbres de carnes escondidas, fiz promessas silenciosas, convidei você a me descobrir. suas mãos me prometiam firmeza e ordens, pela primeira vez baixei meus olhos, submissa, procurando meus seios que queriam fugir e procurar seu peito. ofereci meu vinho, minha comida, meus perfumes e sons, mas você soube esperar. aproximou-se em espiral, com passos de gato, analisando meus ângulos, eu quase pude sentir seu desejo pulsando junto com meu coração madrugada adentro, cada hora aumentando a tensão. lembro de sentar na sua frente com as pernas quase abertas, meu vestido escorregando pelas minhas coxas, eu quase podia sentir seus olhos me tocando, eu abri meus braços e me deixei, abandonada, observar por você; eu queria saber como era seu corpo, o gosto da sua boca, o cheiro da sua barba. queria sentir meu cheiro no seu rosto melado, queria ajoelhar a seus pés, entregue. mas você já me conhecia e sabia que eu precisava de freios para amplificar meus extremos, você me deixou esperando até que você tivesse cada gota do meu desejo nas suas mãos e, no último instante do adeus, me beijou com cada centímetro do seu corpo, percorreu meu corpo com mãos famintas, bebeu minha saliva, cheio de sede, lambeu meu rosto e falou no meu ouvido sem que eu pudesse ouvir. estava ensurdecida de querer, não era mais minha naqueles momentos breves da sua conquista. seu triunfo foi ter-me inteira e pronta para ajoelhar e implorar por mais. você me deixou, entregue à força do desejo que despertou, e eu jamais me senti tão frágil, tão mulher.

gêmeas

gosto de vê-la entregue nos seus braços, desfalecida como uma flor. você me olha, cúmplice, enquanto brinca com as reações dela, experimenta seus truques e sorri quando me vê com tesão, quando a vê pedindo mais. cada carícia no corpo dela é tortura e deleite, desejo beijar cada pedaço de corpo que você toca, quero beber do prazer dela que você provoca. sua língua dentro dela, os gemidos, quero gozar através dela, com ela, por ela. deliro quando você pára e me pede, silenciosamente, que compartilhe dos sabores, que misture minha boca à sua, quando você quer me ver brincando com ela, mero observador. aguardo ansiosa o momento de vê-la gozar com sua língua, com seu pau, enquanto me masturbo e olho nos seus olhos, pedindo permissão para gozar também.

despertar

às vezes acordo cheia de preguiça e tesão, o corpo ansiando por água, pele e sol da manhã. no quarto, só tenho seu cheiro no lençol e meu desejo. de olhos ainda fechados, imagino meu corpo nu sob o lençol e lembro de corpos, paus, bucetas, línguas, bundas, fantasio a exploração do meu corpo por homens de grandes paus, imagino mulheres de peitos salientes se esfregando no meu corpo, vejo uma menina ainda adolescente sendo comida por trás enquanto eu falo no seu ouvido exatamente o que está acontecendo; penso em cães enormes me lambendo enquanto homens me seguram firmemente, cachoeiras frias lavando meu corpo, meus peitos sendo machucados, mamilos mordidos por meninos pequenos. toco minha buceta molhada com cuidado, delicadeza, para o momento de lembrar do seu corpo, seu pau, seus beijos e mãos, sua firmeza quando lambuza meu cu com muita saliva e mete sem pedir, tomando o que é seu. o caleidoscópio de fantasias me leva, sempre, a você; gozo longamente com meus dedos, sentindo seu cheiro.

eles

observava encantada seus corpos tão masculinos, as bocas ávidas, firmes, seus paus duros, agressivos, desejei tocá-los com minhas mãos de mulher, emprestar minha doçura aos seus movimentos bruscos. eles se beijavam com fúria e músculos, sabendo que eu estava ali observando; eles se divertiam com meu tesão disfarçado. as mãos deles se procuravam sem cerimônia, eu podia ver seus paus por baixo da calça, mas não tinham pressa, gostavam do jogo de línguas e pêlos se esfregando, exploravam suas barrigas firmes, bundas fortes como só os homens têm, agarravam cabelos e diziam-se indecências divertidas no ouvido. brigavam, duelando como meninos, saboreando ombros e pescoços, trocando pequenas mordidas e se envolvendo entre coxas grossas, eu imaginava seus músculos por baixo das roupas e desejava vê-los suados e nus. eles sorriam pra mim e se exibiam, tirando camisas e calças como num show particular, exibindo-se cheios de tesão. mal podia controlar minhas mãos que seguia o ritmo deles, esfregando peitos e buceta, respirando com dificuldade enquanto observo seus jogos de conquista e sedução. eles se esquecem de mim e se observam cuidadosamente, retiram cada peça de roupa e se tocam, iguais, procurando espaços e dobras, se lambem e acariciam como gatos. um deles me olha vitorioso enquanto é comido gostosamente de lado, seu pau duro me provocando, seus olhos zombando do meu tesão. gozo lentamente, minha boca ansiosa por aquele pau duro, gozando sem ser tocado.

as horas

eu dormia e sonhava, era madrugada. ele não se importava com meu sono, gostava de brincar comigo enquanto estava indefesa. eu o imagino me observando, nua, no meio da noite quando chegava, dormindo como uma criança. posso quase vê-lo tirando a roupa com calma e acariciando o próprio pau, olhando minha bunda enquanto durmo. delicadamente, acaricia meu corpo, minha cintura, afasta minhas coxas sem dificuldade. ainda dormindo, me viro de pernas entreabertas, e ele aproveita o espaço: beija minhas pernas, abre cuidadosamente seu caminho para minha buceta. ele deve sentir meu cheiro quente, ver meus lábios entreabertos, inocentes, meus peitos relaxados, quase uma menina. cheirando com seu nariz muito próximo, ele encosta seus lábios nos meus, explora lentamente minha buceta com sua boca e espera ansioso minha reação. mal me mexo, quase sorrio, e ele continua: sua língua me abre e molha, exibindo os rosas úmidos, sugando como quem se alimenta de leite gelado no meio da noite. penso que acordo de um sonho doce com enguias e peixes, sinto calor e tesão e meio acordada, meio dormindo, me entrego ao prazer de senti-lo me chupar, lamber, explorar com sua língua, lembro de moluscos, caracóis, me esfrego na sua boca de olhos fechados. ele abusa da minha entrega, brinca comigo e me faz quase gozar por quantas vezes quiser, até que se canse e me conduza de volta ao sonho de delírio e prazer, sem que eu me lembre sequer de ter sido acordada. depois, só me lembrarei dos sonhos de gritos silenciosos e carícias mais íntimas que as minhas próprias.

alô

atendo e escuto sua voz grave, sussurrante. sinto fisicamente seu desejo como suor grudado no corpo, e fecho os olhos para melhor vê-lo. sei que está deitado, nu, com os olhos fechados, escutando meus suspiros, minha respiração. você me liga porque se lembra do meu gosto, da minha voz no seu ouvindo enquanto gozo, você quer me ouvir gozando por você, mais uma vez. gosto de ouvi-lo pedir, querendo saber o que eu visto. abandono meus livros, discos, TV, me deixo deitar na cama mais uma vez e me entregar aos seus caprichos. você sempre pede que eu fique de calcinha, me pede que diga exatamente o que estou fazendo. gosto de me deitar e segurar o telefone com meu ombro, acariciando minha buceta por cima da calcinha, gosto do seu suspiro quando conto exatamente o que estou fazendo. posso ver você se tocando, se masturbando enquanto escuta minha voz que mal é um sussurro, você sabe que não consigo falar direito quando estou com tesão. você diz que vai me tocar, que seus dedos vão afastar minha calcinha, que você me conhece e vai me fazer gozar de novo daquele jeito, vai me ouvir gritar para os vizinhos que sou sua. eu gosto do jeito que você se exalta e quase grita comigo, e me masturbo de verdade, enquanto você fala. sua voz, sozinha, me deixa enlouquecida, entregue, e você sabe. eu derreto ao seu “alô”, feito cadela. você sempre sabe que, quando estou em silêncio, é porque estou com muito tesão, concentrada nas suas ordens. você me manda abrir as pernas, e eu abro; me manda enfiar um dedo, até o fim, e eu obedeço. você me manda enfiar dois dedos e lamber, quer saber como está meu gosto hoje. doce. escuto seu gemido, posso ver seus olhos fechados, suas mãos no seu pau duro. me entrego ao prazer de escutar sua voz, sua respiração, imagino seu tesão e peço permissão para gozar, por favor; você sempre diz “ainda não” e diz que eu sou uma vadia, que vai me deixar gozar só dessa vez. ouço seu tesão quando diz “goza, minha putinha” e meu orgasmo vem como um rio represado, cheio de suspiros e gemidos, por minutos. escuto você gozando, sempre logo depois de me ouvir gozar, e rio, satisfeita. sei que você vai dizer que me ama e desligar, até a próxima vez.

tortura

ele lambe os meus pés. olha bem nos meus olhos, encosta a língua nos dedos pequenos, lentamente a enfia entre os meus dedos. resisto, arrepio, ele segura forte minhas pernas, sorri com a língua pra fora, divertindo-se com minha agonia e prazer. os lábios macios estão ao redor dos dedos, ele chupa com cuidado e sem pressa. um milhão de sensações sobem pelas minhas pernas bambas. arqueio as costas, mãos procurando onde se agarrar, tenho medo do que virá, antecipo. ele brinca com as solas, segurando meus pés pequenos com as mãos, deliro de cócegas, de prazer, quero carícias pelo corpo todo, não consigo pedir. a cada avanço de língua eu tremo, ele sobre pelas minhas pernas e eu não sei mais falar, sou só suspiro e resistência. encontra a dobra macia do meu joelho, me toca com os lábios úmidos; de vez em quando a língua explora uma dobra, ele morde de leve e eu acho que vou morrer. meu sexo se expande e me estico como quem espreguiça, quero o alívio da dor e da ânsia, me toca por favor, mãos, dedos, boca, língua, me molha mais, bebe de mim, descobre o fundo, minha doçura, meu calor, me abre e vem.

decifra-me ou devoro-te

eu nada sabia, adivinhei. quem poderia ver além do rosto de mistério e silêncio, à espreita? não tive medo, arrogante que sou, invadi seu espaço e abri janelas, portas, entrou o vento e o sol brilhando na poeira do ar, estrelas à luz do dia. só os olhos me intrigavam um pouco nela, um certo brilho que eu não soube interpretar. era fome. brincante, me entreguei ao jogo de descobrir segredos em labirintos. mal sabia eu que quanto mais explorava, mais me perdia. perdi-me (felizmente) em curvas e rosas, branco-leite e pontos, constelações de pele, cheiros doces e uma ânsia que começa como um zumbido de cigarra, e cresce. tudo começa como um suspiro, do encontro de dois seres idênticos, potencialização da doçura de peitos que alimentam e acolhem e também de uma fome que nunca se extingüe, do desejo maior que a vida. uma leoa-mulher mostrou seus dentes e eu me vi felina filhote, uma gatinha amarela lambendo as patinhas, os bigodes tremendo só com a respiração da uma fera legítima. me arrisquei: minha língua brincava de leve e era quase nada naqueles pêlos, minha saliva fazia brilhar ainda mais o que já era resplandecente. ela se riu de mim, doce, me mostrou como se brinca. muitos dourados e brancos e luz nos rosas molhados, línguas de felinos (ásperas, maleáveis), patas com garras que prendem como algemas.
seu silêncio -- só quebrado por quase brisas de som, presentes para os meus ouvidos -- aumenta a tensão em mim. aguça todos os meus sentidos, me faz procurar mais e melhores caminhos nesse labirinto. cada resposta, cada curva me arrepia e comove, quero saber mais, caminho descalça. acredito totalmente que sei onde estou, que chego ao centro do que ela é, mas quando menos espero me vejo apanhada nos seus cabelos, pernas e braços; não quero me desvencilhar nunca, quero mais. perdida, sonhando, me deixo e vejo você se alimentando de mim, do que em mim é mais doce. vejo a fome em você toda, em braços e pernas e na sua boca e língua que brilham. tenho medo de morrer envenenada com sua saliva, de sofrer torturas que jamais soube e (ah, sim) sofro. peço mais, querida, porque vejo uma fresta do seu mistério, daquele que sempre foi também o meu, esse motocontínuo de prazer e de sabor, o que nunca pára. labirinto eterno, no qual temo ficar pra sempre, se assim você permitir. você me leva pela mão, pelos pés, pelos meus dedos que você lambe tão vagarosamente e com tamanha ânsia que eu tremo toda, já não sei se quero seguir. meu corpo sabe, ele segue; eu acompanho atrasada, com passos trêmulos.
sou levada até todos os lugares que não conhecia, salas de espelhos sem fim, refletindo uns aos outros e eu me vejo ali o tempo todo, confundo onde estou e quem sou, pois você é o meu espelho. sinto-me abraçada, no útero, água morna e carne me cobrem, seu coração bate como se fosse o meu (tum-tum), toco a mim e (será que sou eu mesma?) você responde. não sei mais falar, eu olho e peço com minha boca absolutamente muda. um universo se mostra e eu transbordo de espanto e prazer, como se descobrindo uma nova vida: a minha, através dos mistérios dela.

sabor

ah, menina, o que eu queria dizer não se diz. eu diria do seu cheiro e de como de alguma forma ele me toca, como mãos. diria também desses olhos, os verdadeiros olhos de ressaca -- que (confesso) não entendia quando conheci capitu -- dão vontade de beijar. como se beijam olhos?

ah, diria do seu jeito de se mover, de sentar e levantar e sorrir, que eu não canso de observar: a vida em você me aquece e provoca. seus peitos de mulher me enfrentam, minha igual, irmã, amiga. diria do misto de doçura e urgência, silêncios com promessas, sorrisos. língua e colo, rosa-chá. mel e limão, gengibre e laranja, chuva e maresia, suspiro.

sou pimenta e sal, pitanga, carmim.
colo, peito, sussurro, sorriso e diversão.
confusão de sentidos, paixão de nuvens e de sol.
fúria.

machos

não sei o que me dá, mas não posso ver homens trabalhando com serviços pesados. quando vejo homens com picaretas e pás, levantando pesos e suando, algo desperta dentro de mim. sinto frio e calor, não consigo despregar os olhos dos músculos em movimento, da roupa suja, da concentração que impede que eles percebam uma fêmea ali do lado paralisada, ofegante. hoje vi um rapaz de 20 e poucos anos quebrando uma calçada, com uma britadeira. uma mistura de brincadeira de menino com o vigor de homem, ele ria das pequenas pedras deslizando, os outros passando e rindo com ele, uma comunidade de meninos-homens desafiando a natureza. destruir e construir, sem deixar pedra sobre pedra. quase chego mais perto para sentir o cheiro do homem ali concentrado na tarefa das pedras, os braços fortes em movimento sem me ver. meus olhos fixos em cada parte dele, nem sei se alguém percebeu minha fascinação. vários homens juntos construindo mundos, indiferentes aos caprichos da natureza, indiferentes aos desejos (nem tão) secretos de uma mulher parada na rua, esperando um ônibus na calçada, observando com olhos brilhantes.
o ônibus chega e eu fico olhando ainda muito tempo a obra e aqueles homens que aprendemos desde meninas a desprezar. quando menina eu os via como as lesmas do quintal: com repulsa e prazer maldisfarçado. pois hoje, eu fêmea desprezo toda a assepsia e civilidade, sonho sonhos de violência e sexo, cheios de suor e saliva, com homens cheirando a terra.

urgência

"manda em mim", implora, muda. não diz nada, nunca, porque dizer é quebrar encantos, ou tecê-los. já não sabe quando ficou nua, nem percebe mais pois é só assim que se reconhece nos braços dele: nua e sem palavras. quando a boca dele se aproxima, ela sente alguma coisa vibrar, quente; se estiver de pé, precisa sentar-se, as pernas não obedecem. sentada, abre as pernas de leve encostando as costas completamente na cadeira, um bicho espreguiçando devagar. ele a abraça por trás, segurando seu rosto com firmeza, os lábios próximos da orelha. ele respira e ela geme, antecipando a outra mão, brincando com sua barriga, descendo firme até onde ela mais deseja ser tocada. o corpo todo pede mais, mas ela não ousa nunca contrariar seu dono e exigir. impaciente, ela se esfrega e pede sem pedir, ele nega, firme. ele pulsa quando ela geme de olhos fechados, dor e prazer misturados nos sons. ele não tem pressa porque sabe, sempre soube, descobre o que já conhece, sorri pra si mesmo pois que ela é e sempre foi completamente sua. percorre velhos caminhos novos, enquanto ela brinca de montanha-russa e grita de olhos fechados.
ele sabe onde ir. escolhe os caminhos vagarosamente, saboreia cada surpresa dela. morde quando ela pensa que será lambida, acaricia quando ela quer um tapa. ele usa a ponta da língua pra mostrar que pode mais, só pra vê-la tremer esperando...
ela espera -- a vida toda se for preciso -- pois sabe que vai gozar como quem morre nas mãos do seu dono.

pandora

amo intensamente e cada vez mais quero o romantismo, o carinho, a delicadeza no dia-a-dia, os pequenos gestos de amor. com o tempo, percebi que negar o romantismo e as demonstrações de carinho era uma defesa. eu tentava proteger o que há em mim de mais doce e delicado. mas descobri a tempo: quero flores e beijos, colo e palavras doces, sim.
no entanto, quando se trata de sexo, há outra dimensão: não é possível "fazer amor" comigo. é possível me dizer palavras doces e trazer flores, mas quando meu corpo é tocado ou minha boca é beijada, algo em mim se liberta, como um bicho faminto. minha boca tem sede de mais saliva e pele, meu corpo não suporta a roupa que o cobre, não sou mais mulher, sou fêmea. minhas mãos agarram cabelos; desesperadas, procuram brechas para tocar pele nua. é uma tal ânsia que mal controlo minha respiração -- suspiro mais que respiro -- a boca fica entreaberta e os olhos nublados. respiro o calor e o delicioso cheiro de pele, fecho os olhos para beber melhor. meus peitos querem sempre chegar mais perto, e quando há mãos que descem pelas costas, sinto um arrepio de morte. balbucio quase-palavras, não sou mais eu, sou a fera, só instinto: olfato, paladar, tato, audição; minha visão se resume às cores do meu mundo interior em transe.
penso que jamais serei capaz de emular cenas tórridas e plásticas de cinema, com protagonistas em pé. minhas pernas fraquejam tanto quanto minha respiração/suspiração, preciso me recostar, me extender. a fera quer rasgar roupas e bagunçar cabelos, morder, arranhar, esfregar-se em cada centímetro de pele, escorregar no suor e na saliva, lamber preguiçosamente e sentir o sal e os cheiros de outro ser vivo, salivando cada vez mais faminta. o corpo fica mais sensível e ao mesmo tempo pede mais força, firmeza, quase violência. bons domadores me tocam com doçura nos momentos mais tensos, mas sabem (ou deviam saber) que só adiam o furacão que ganha ainda mais força. minha urgência se vê, se ouve, se sente, é tempestade se formando em nuvens pesadas de água.
não adianta me chamar pelo nome, dizer palavras doces ou pedir calma. não, não tenho calma nem sou dócil e quase não sou mais eu. ah, jamais fui capaz de repetir as cenas mágicas de sexo-amor dos filmes (será pura ficção?): o ritmo lento e sensual do início, olhos nos olhos, um crescendo que se encaminha para o esperado final silencioso, culminando com sorrisos e beijos doces, no ritmo da trilha sonora. meu sexo é atonal, disrítmico, fora de compasso e de eixo. não há trilha sonora possível para o que é urgente e furioso, há ausência de palavras pronunciadas, toda minha razão e consciência abrindo espaço para os sentidos, meu corpo inteiro é que diz: sou sua!
não sei bem quem é essa, essa outra. ela tem seu próprio espaço, sua própria voz. eu a deixo livre e ela me alimenta de prazer puro, de alegria. sei que sorrio e me espreguiço quando a fera se acalma, acho graça do espanto e/ou reverência que essa manifestação explosiva da natureza inevitavelmente provoca. me sinto poderosa, veículo de algo divino libertado nesse mundo maravilhoso.

arca de noé

o friozinho na barriga se confundiu com a noite chuvosa, não sabia mais se era ansiedade ou simplesmente os pingos de chuva molhando o cabelo. as ruas de asfalto brilham como espelhos, cada carro que passa faz aquele barulho gostoso de pneu na água, vooosshhh. sente-se observada, consciente do próprio corpo, sentidos alerta, coração levemente disparado. não é medo, é antecipação, aquele prazer anterior ao prazer, uma leve adrenalina temperando os minutos de espera. a chuvinha leve e o vento deixam o cabelo ainda mais bagunçado, um pássaro exótico com coração de leoa, menina-mulher. sorrindo por dentro, um gosto doce na boca (desejo puro, sonho), sobe, sobe e chega brincando de beija-flor. a cor da noite, o barulho abafado, aquela chuva espelhando a cidade toda deu vontade de voar, de rir sem motivo. "ele mora numa torre", pensava sorrindo para a cidade-espelho. ele bagunçou ainda mais seu cabelo com mãos firmes, sem saber que ela é pássaro que oscila entre o debate e a entrega. nas suas mãos, ela se mostra mulher-bicho: colibri, enguia, gata, corça, cadela, girafa, gazela, leoa. ele brinca com todo o zoo, tranquilo e firme; alisa a gata, acalma a corça, domina a leoa. ela se entrega, ele explora.
de súbito, como numa paródia de história fantástica (já que havia a chuva e os bichos), veio a água. uma inundação escorrendo sem controle, água por todos os lados, tomando o espaço. a água lavou pés, mãos, o chão e as paredes. ela ria feliz, chapinhando, porque a cachoeira que escorreu (e ela foi razoável) levou muito mais que sujeira e pó dos cantos. a água levou tudo o que ela não queria mais, levou o resto de medo, de pudor, os incômodos da vida. ele olhava perplexo a moça no seu estado mais natural: pés molhados no meio da água, rindo feliz. ela não é mais bicho, é só mulher em paz; ele está tranquilo em meio ao caos e ambos se reconhecem, finalmente. da madrugada, sobraram a água insistente e os dois molhados, sorrindo dos mistérios da vida.

flor

me vê, pede, provoca, deseja, mete (por favor!) e me manda ficar quieta. me segura, enfia os dedos na minha boca, lambuza meu rosto, puxa meus cabelos, me morde e me fode, muito, forte, pára e espera, faz o que quiser, não me ouça, não, sim, não-não-não, mais e (ah) mais, sim, mais, assim, por favor, por favor. deixa eu me esfregar e me mexer, mas sorri pra mim e pergunta "o que foi, menina?" com esse ar doce e safado, enquanto se diverte me vendo desfalecer, sorrir boba e entregue como uma flor recém-colhida.

ping-pong

você me olha de soslaio, eu não sei desviar olhares. não conheço meias-medidas, minha casa não tem portas, tem cortinas, como um harém. você não diz nada mas me observa faminto, seus olhos e seu corpo falam comigo. sinto na pele seu desejo, arrepio e amoleço; como fruta no sol, fico cheirosa e tenra, peço pra ser mordida. você sorri de leve, de leve me afaga como quem diz "espera. vai ser como eu quiser" e eu espero, ah, eu espero. você me toca e eu transbordo, quero só fechar os olhos e deixar coisas acontecerem dentro de mim, fico sensível a cada toque leve e sutil dos seus dedos, sua boca que se abre só de leve e promete um beijo e sua língua macia. fecho os olhos e adivinho onde você vai me tocar, se sua boca vai se aproximar do meu pescoço (será que você vai me afagar ou me prender?) ou se meus seios vão se encostar mais no seu peito? meu sexo parece o centro de mim, pulsa-pulsa. quando você olha nos meus olhos e diz em silêncio "quieta", eu já sei. me deixo estar, ficar, e você procura tranquilo um caminho até meus lábios mais escondidos, melados de tanto esperar. tremo e não sei se olho ou se me dedico ao escuro dos meus olhos fechados, que vêem cores e imagens de corredores, de quadros numa galeria, de tetos espelhados e mosaicos enquanto você respira meu cheiro e subitamente mistura sua umidade com a minha, sinto escorregar sua língua e não sei se sou eu ou se é ela que deslizam, que brincam, não sei se me movo ou se suspiro e grito, sei que é um caleidoscópio sensorial, montanha-russa. me confundo e não sei se quero mais ou menos, se gozo ou se desfruto mais, paro e continuo, me concentro e me distraio na sensação, rio e quero chorar, brinco de balanço. sinto suas mãos, seu suor me fazendo escorregar, mais fluida que água, salgada e doce, sou enguia, peixe, menina com medo, tenho medo de tanta entrega, de ser sua pra sempre, se ser sua naquele instante e me perder de mim. seus dedos brincam comigo como se eu fosse marionete, e eu estico fios, resisto, deixo, relaxo, fico tensa, sei-não-sei, quero mais e menos e quero sua boca, seu pau, seus braços, seus cabelos e olhos e sua voz no meu ouvido, um ponto cego, uma estrela, um carro, gotas, sons e pêlos e fogos de artifício e... torrentes. de prazer, de gozo, de grito, torneira aberta, cachoeira, canal de suez, mediterrâneo, rio, goteira, ping, ping, ping. pong.

meu homem

sua língua na minha buceta, no meu cu, de quatro, dão calafrios até agora. a mera visão do seu pau duro, pronto pra me comer, me tira do sério. sentir seu cheiro, provar sua saliva, agarrar seus cabelos, lamber seu peito... é tudo que eu desejo a cada dia. seu pau entrando pela primeira vez na noite na minha buceta é uma tortura e uma delícia, tento sair do meu corpo e não sei onde me agarrar. me esfrego na parede, no chão, no lençol, e nenhum deles me devolve a esse mundo. me perco em raios de luz atravessando meu corpo, começando pela minha buceta cheia do seu pau, passando pela minha bunda, agarrada pelas suas mãos deliciosas, as minhas costas úmidas acariciadas por você. meus peitos, meus mamilos duros sendo agarrados, roçando o lençol, meus peitos balançando quando você mete mais fundo. fecho os olhos, pra não deixar que eles me distraiam do espetáculo sensorial que você me proporciona. me concentro no prazer, nas suas mãos, no seu corpo, sua boca, sua língua, seu pau em contato com meu corpo. cada toque é uma descarga elétrica, uma luz, um botão apertado. gozo em cumes, em picos, em ondas, senóides. vêm e voltam, e eu navego, bóio, me deixo levar pelo fluxo. seu ritmo me leva, me trás, controla. me entrego completamente pra você, entrego meu mundo de luz das ondas do meu corpo e escuridão dos meus olhos fechados. minha boca pede mais, minhas mãos procuram onde se agarrar. ou procuram aumentar seu efeito: enfio meus dedos, lambuzo meu cu de saliva pra você me comer de novo, nova onda de dor, prazer, seu pau entrando melado, gostoso, doloroso. não sei se grito, se gemo, se peço mais, MAIS. gozo mais e de novo, até cansar, até não aguentar mais. e nem sempre consigo ver você gozar, meus sentidos já estimulados demais, cansada. mas quando vejo, deliro de novo com a força do seu pau se derramando, quente, viscoso, cheiro de homem, gosto de fim.