cobiça

lembro dos pés descalços dela, dedos delicados. as batatas da perna brancas como leite, e tão carnudas, meus olhos não desgrudavam. não eram minhas mãos na pele dela, eu só observava. dedos firmes, o corpo dela abandonado à carícia inocente, mas tão íntima que meus pêlos arrepiavam, por ela. deitada de costas, ela não me vê observando seu corpo todo. livre para vasculhar, vejo a curva bonita da bunda, o vale das costas, os braços soltos, as unhas compridas, cabelos espalhados. ela vira, preguiçosa, e pela camisa um pouco aberta, vejo sua barriga branca, a calça baixa. não consigo deixar de imaginar o que mais veria ali, depois do zíper, como é doce a ponta do nariz escorregando pelo umbigo, os lábios de leve nos pelinhos da barriga... minha curiosidade quase coça e desvio o olhar. fecho os olhos e brinco que posso sentir o cheiro dela, quente, através da calça jeans.

1 Comments:

Blogger Fugu said...

Não é incrível que tal viagem poética e sensorial possa começar pelos pés de alguém? Também tenho crises de suspiros deslanchadas por pequenas partes do corpo alheio. Os antebraços dos homens, a face interna dos tornozelos entrevista logo acima de mocassins sem meias, a dobra que separa o braço do torso nas mulheres, a sombra das omoplatas sob a carne ... decididamente, o corpo é uma delícia! beijo você por me lembrar desses detalhes num texto tão sutil

01:51  

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