submersa

sopra sonhos e teias nos meus ouvidos, no escuro da madrugada. diz que vai mas volta, que sou sua e de mais ninguém enquanto seu pau diz outras coisas tantas e noutra língua. ele diz que eu me cale, que eu escute mas não ouse falar, que eu relembre a sensação marítima de umidade e abafamento dos primeiros meses de vida, o prazer da pele esticada na boca, a falta de palavras e o mar de sensações. lembro um peito oferecido à minha boca aberta enquanto você me come sorrindo, observando cada suspiro e arrepio, minha boca calada por um mamilo doce e a sua calada por outra boca. minhas mãos procuram bundas lisas, pernas abertas e aquele cheiro morno de tardes de preguiça. salivo e mordo como um bebê, quero gozar afogada em pele, suor e saliva.